Contos

Realidades da mente imaginária

Cotidiano

O dia-a-dia reimaginado

Portifólio

Amostras de meus trabalhos profissionais

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12.4.12

Sobre

O blog foi primeiramente criado para dar vazão à maneira que mais gosto de me expressar: através da escrita. Assim, aqui postava contos com metáforas e analogias baseados em vivências ou simplesmente tirados do éter imaginário. Também dei espaço para situações cotidianas não tão fora do comum, mas que, com um olhar diferente, achei que poderiam dar um bom relato com um pouco de floreio.

Eventualmente, Subdelírios virou mais que um lugar para simplesmente postar ou treinar minha escrita, mas algo profundamente pessoal e que deveria externar quem sou. Por isso a mudança de layout para algo mais visual e a simplicidade de separar somente entre Contos e coisas do Cotidiano. Escrevi um pequeno texto me apresentando, assim como linkando todo o meu ser que importa no meio cibernético: o TCC que virou blog, a rede social mais utilizada, a galeria com as fotos... 

O blog, agora mais que nunca um site pessoal, também abriu espaço para meu eu profissional, contendo um portifólio com textos, diagramações e outras imagens gráficas que fiz durante a vida acadêmica e profissional.

Subdelírios é, portanto, um blog com textos para diversão e reflexão, ou simplesmente para passar o tempo. Mas é também um convite para dentro da minha cabeça. Tentem não bagunçá-la (mais).

11.4.12

TCC - Revista Quentin

Trabalho de conclusão de curso, a revista Quentin - Extrato da Cultura Pop, tem 92 páginas, utiliza QR Codes e fotos lomográficas. Conta com as editorias de Comportamento, Música, Livros, Quadrinhos, Games, Ensaio, Moda, Foto e Cinema, fora colunas e seções de dicas de programas, música e livros e de produtos. O TCC foi produzido por cinco integrantes, a diagramação foi feita por mim e por Janaína do Amaral.

O nome da revista é uma homenagem ao diretor Quentin Tarantino, um dos ícones da cultura pop. Atualmente, o projeto continua em forma de um blog, atualizado diariamente.


Matérias que escrevi ou colaborei:
- "O mal com o mal será combatido",sobre o filme Millenium - págs 28 a 33 (Cinema)
- "Das cinzas" - crítica dos três livros da série Millenium - págs 34 e 35 (Livros)
- "A moda à la Gaga" - págs 42 e 43 (Música e Moda)
- "Heróis da vida real" - págs 62 a 64 (Comportamento)
- "Jogo de Aprender" - págs 68 a 70 (Games)

Perfil - Jornalismo Literário


Ao entrar na bicicletaria Ciclo Siromar, é possível encontrar dezenas de peças de bicicletas, devidamente agrupadas entre suas iguais. Há também vários modelos de bicicletas, completamente montadas, aguardando o momento que irão ser consertadas. Muitas têm cores diferentes, mas todas têm a mesma característica em comum: um brilho que só iguala o dos olhos do dono do local, Sidnei Roberto Martins, de 50 anos.

É nítida a paixão que ele tem pelo que antes era um hobby: peças que chegam cobertas de ferrugem saem mais brilhantes do que se fossem novas, como se recebessem uma segunda chance. Dentre todas as bicicletas expostas, uma chama muita atenção: um modelo antigo vermelho com detalhes em branco, dependurada do teto. Trata-se de uma Caloi Berlineta, modelo de 1973, completamente restaurada e que foi responsável por inspirar Sidnei a iniciar um novo tipo de serviço na bicicletaria: o de restauração.

“O trabalho é realizado por mim e mais dois amigos, já que é manual, demanda muito tempo e assim terminamos mais rápido, uma pessoa só não consegue fazer. Também há algumas partes que terceirizamos como o cromo, o torno e algumas vezes a pintura”, revela.

Sidnei conta que o primeiro serviço de restauração foi realizado em 2007, e com a propaganda boca-a-boca, outros serviços foram surgindo. Hoje, são dez bicicletas que aguardam na fila de espera, já que cada uma demora cerca de três meses para voltar a ser como era.

“A faixa etária das pessoas que querem a restauração varia entre 40 até 70 anos. São pessoas que quando crianças tinham as bicicletas, lembram de como era a época, e trazem aqui para eu restaurar. Muitos levam pra exposições depois, ou pra algum evento, ou só guardam como relíquia. Apesar de que elas saem funcionando! Mas eles não querem desgastá-las”, afirma.

A paixão por bicicletas começou na infância. Sidnei nasceu em Campinas e sempre morou no bairro Jardim Aurélia, que antes era uma fazenda. Morava com o pai, que trabalhava na Fepasa, com a mãe e com a irmã mais nova. As brincadeiras da época eram queimar pasto (“Que hoje é contra a lei e seria enquadrado pelo IBAMA” diz Sidnei, rindo), as brincadeiras de rua, como soldado contra ladrão, guerra de estilingue de mamona, ou brinquedos que as crianças construíam. Sidnei conta que era comum ter um carrinho de lata de óleo, com cabo de vassoura e rodinhas, que depois de pintado nada tinham de diferente na imaginação dos pequenos do que um hoje comprado em lojas. 

“Bicicleta era um meio de transporte de adultos na época, não um brinquedo para crianças. Era um sonho de consumo nos anos 60, ainda mais para filhos de operários, já que custava muito caro, precisava de doze salários mínimos para comprar uma bicicleta”, conta Sidnei. Era tão cara que as lojas parcelavam em até 36 vezes. Em comparação com os tempos atuais, seria o mesmo preço de uma moto simples.

O primeiro contato com a Berlineta foi ao fim dos anos 70, quando tinha oito anos. “O Pelé era garoto propaganda, então saia em todos os jornais, na televisão”, lembra. Um colega de infância, que morava no mesmo bairro, teve o pai demitido. Com a indenização que recebeu, comprou a bicicleta para o garoto, e logo os meninos faziam fila para andar, e eram selecionados entre cinco e seis por dia.

Quando andou pela primeira vez na bicicleta, Sidnei sentiu uma nova sensação: a de liberdade, sobre duas rodas. O vento batia em seu rosto enquanto ele tentava se equilibrar. Mas valia a pena: a emoção e o novo prazer eram únicos.

Muito tempo se passou até que ele comprasse uma bicicleta. Seguindo os passos do pai, Sidnei fez um curso no SENAI, que garantiu sua entrada na ferrovia aos 14 anos, como eletricista de locomotiva. “Era o sonho de um pai colocar o filho lá, existia até o incentivo da empresa, eles tinham um SENAI interno que tinha preferência por filhos de ferroviários. Era o que hoje é entrar em uma faculdade renomada, federal. Quem possuía colégio técnico não precisava fazer faculdade nos anos 70, tinha a carreira paralela à de um engenheiro”, relata.

Na década de 1990, foi lançada a mountain bike no Brasil, que logo chamou a atenção de Sidnei. Mas o país tinha altos índices de inflação e para conseguir comprar a bicicleta, fez um consórcio com dez amigos da Fepasa. Sidnei administrava um grupo de dez pessoas e cobrava 10% a mais para ter dinheiro para comprar a magrela. Dentro da empresa, logo surgiu oito grupos com dez pessoas, totalizando 80 bicicletas, número que continuou a crescer. Logo, o hobby de fazer manutenção de bicicletas virou algo necessário, e após 30 anos na Fepasa, Sidnei, que agora era técnico de recebimento de materiais, se demitiu e abriu seu próprio negócio, em 1992.

A bicicletaria Siromar foi assim batizada pela junção das sílabas do nome de Sidnei (Sidnei Roberto) e de sua esposa, Marlene. Um dia comum trouxe à Sidnei a presença de um colega ferroviário, com quem trabalhara por 20 anos. Informou que tinha uma bicicleta antiga pra vender e perguntou se ele gostaria de adquirir. Foi assim, totalmente por acaso, que Sidnei adquiriu seu sonho de infância, por meros 60 reais.

“Foi como algo que você não está esperando e acontece, que era exatamente o que você queria. É uma sensação única, como a de um pescador que quer muito pescar um tipo de peixe, que não tem esperança, mas consegue. E quando consegue, nem acredita”, conta.

O trabalho de restauração demanda tempo, e é realizado paralelamente ao trabalho normal da oficina. Para a revitalização ser possível, a bicicleta precisa ser original, ou ter entre 80% e 90% das peças originais, ou seja, não pode ser somente o esqueleto. Algumas partes, inclusive, Sidnei já teve que importar. Em outros casos, ele procura vários modelos daquela bicicleta em busca de peças. “É um procedimento de garimpagem”, brinca. 

Depois de recebida, a bicicleta é desmontada, e cada parte é trabalhada individualmente, com esmero. Primeiro Sidnei procura referências antigas para remontar, como fotos ou outros modelos parecidos, já que até os mínimos detalhes, como adesivos, são restaurados. Para esses pequenos cuidados, Sidnei tira um tempo para tudo sair à perfeição. “Normalmente trabalho restaurando no horário comercial, junto com os outros afazeres da loja. Mas muitos detalhes exigem mais atenção, então eu fecho a loja e fico meia hora, uma hora, cuidando da restauração, ou mesmo fora do horário, mais à noite”, revela.

Os modelos preferidos dos clientes são as bicicletas de marcas inglesas, como a Philips, que, de acordo com Sidnei “qualquer pessoa com mais de 50 anos conhece. Era o fusca das bicicletas!”, afirma.
A paixão por mecânica é óbvia em Sidnei. É adepto a falar gesticulando: “talvez seja pela descendência (os avós maternos eram italianos e os paternos eram portugueses), ou porque eu trabalho com as mãos. Tem gente que fala só com a boca, mas a mão é um sistema de comunicação também”, conta.

Entre seus outros hobbys, figuram os carros. Sidnei adora miniaturas de carros antigos, e possui alguns modelos em sua sala, alguns dados de presente por suas duas filhas. Mas também gosta de carros com motores potentes, como o V8. Além disso, gosta de visitar exposições. “Quem tem profissão manual acaba tendo um hobby desse tipo”.

Sidnei sabe que o desinteresse das crianças pelas magrelas pode um dia acabar com seu negócio. “Hoje as crianças gostam de equipamentos eletrônicos, computadores, Iphones, celulares”. Mas não são só as crianças que adoram os eletrônicos. Sidnei conta que muitos clientes não conseguem se comunicar pessoalmente com ele, tendo problemas para montar frases, mas que por outro meio de comunicação, o eletrônico, se expressam bem.

 Apesar disso, estima que 80% das bicicletas infantis que recebe na loja são de garotas, número que é invertido quando viram adolescentes. Sidnei acredita que pelas bicicletas das garotas serem cor de rosa e terem personagens populares, têm um apelo maior. Já na adolescência, os meninos gostam de fazer manobras, portanto comprariam mais. Quando adultos, a situação equilibra-se. “O uso de bicicleta como meio de transporte é mais no interior, em metrópoles não tem como, só se a administração pública incentivasse, com integração dos outros serviços de transporte público. Hoje, a bicicleta é mais utilizada como lazer”, conta. 

Sidnei conta que as ciclofaixas recentemente espalhadas por Campinas ajudaram a aquecer o setor, mesmo só sendo utilizadas nos fins-de-semana, pois incentivam quem guarda a bicicleta na garagem, traz pra fazer uma checagem. Já aqueles que utilizam no dia-a-dia enfrentam problemas como a falta de estacionamento em shoppings e supermercados. “O Unimart e o Enxuto são próximos de casa, e muitos ciclistas pedem para deixar as bicicletas aqui, senão têm que amarrar na rua, sem segurança nenhuma. Eles reclamam pra mim sobre isso frequentemente”.

Mas não são só ciclistas que reclamam que vão à bicicletaria conversar. Muitos saudosistas entram na loja e contam dos tempos em que eram crianças, comentando sobre bicicletas, contando histórias e mostrando cicatrizes, falando por um tempo que pode se estender a até duas horas, lembrando de tempos que não voltam, mas que Sidnei pode trazer de volta, nem que seja um pequeno vislumbre, como o fugaz tempo no qual o vento bate no rosto de um garoto que sobe na bicicleta pela primeira vez.

10.4.12

JRF Publicidade

Amostras do trabalho desenvolvido como arte finalista na revista Campinas Delivery, da JRF Publicidade, em 2011 e 2012:











Estágio - 15º TRT

Vídeos editados durante o estágio no 15º Tribunal Regional do Trabalho, em 2011:






Jornais da PUC-Campinas



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Jornais produzidos durante o estágio na PUC-Campinas, em 2010